A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) é uma das plantas medicinais brasileiras mais estudadas e respeitadas na fitoterapia. Conhecida por sua ação gastroprotetora e antiúlcera, ela combina sabedoria ancestral indígena com comprovação científica moderna.
Neste artigo, você vai descobrir para que serve a espinheira-santa, como tomar em chá ou cápsulas, seus benefícios comprovados, possíveis efeitos colaterais e por que ela é uma das ervas mais indicadas para cuidar do estômago — naturalmente.
O que é a espinheira-santa?
A espinheira-santa é um arbusto nativo da Mata Atlântica, reconhecida pelas suas folhas com bordas espinhosas e sabor amargo. Seu uso terapêutico é milenar entre comunidades indígenas do Sul e Sudeste do Brasil, que a utilizam como remédio natural para:
- úlceras
- gastrite
- refluxo
- feridas e inflamações internas
- dores no útero e cólicas
Foi incorporada à medicina popular e, hoje, é registrada pela ANVISA como fitoterápico aprovado no SUS [1].
Para que serve a espinheira-santa?
Se você sofre com problemas gástricos, a espinheira-santa é a aliada ideal. Ela serve para:
- Tratar gastrite e úlcera gástrica
- Aliviar refluxo gastroesofágico
- Reduzir azia, má digestão e queimação
- Proteger o estômago de medicamentos agressivos
- Ajudar no controle da H. pylori, bactéria causadora de úlceras [2]
- Diminuir inflamações no útero e aliviar cólicas menstruais
- Atuar como antioxidante e cicatrizante natural
Benefícios comprovados pela ciência
- Um estudo publicado no Brazilian Journal of Medical and Biological Research demonstrou que os extratos da espinheira-santa inibem a secreção ácida do estômago e protegem a mucosa gástrica [3].
- Em testes com ratos, a planta reduziu significativamente lesões causadas por álcool, mostrando ação antiulcerogênica comparável à ranitidina [4].
- Segundo a USP (Universidade de São Paulo), a planta possui flavonoides e taninos com alto poder antioxidante e efeito cicatrizante no trato digestivo [5].
- Outro estudo observou atividade antimicrobiana contra a Helicobacter pylori, indicando uso potencial como coadjuvante no tratamento de úlcera [6].
Como fazer o chá de espinheira-santa
Ingredientes:
- 1 colher (sopa) de folhas secas de espinheira-santa
- 250 ml de água
Modo de preparo:
- Ferva a água, desligue o fogo.
- Adicione as folhas, tampe e deixe em infusão por 10 minutos.
- Coe e beba morno, preferencialmente em jejum ou antes das refeições.
📌 Dica: Para uso contínuo, recomenda-se tomar por até 4 semanas e fazer pausas. Sempre consulte um fitoterapeuta ou nutricionista.

💊 Espinheira-santa em cápsulas
Uma opção prática para quem não gosta do sabor amargo do chá são as cápsulas de espinheira-santa. Elas concentram o extrato seco padronizado da planta e são facilmente encontradas em farmácias de manipulação e lojas naturais.
Como tomar:
- A dosagem padrão é de 250 a 400 mg, 2 vezes ao dia, ou conforme prescrição.
- É importante buscar marcas confiáveis com extrato seco padronizado.

⚠️ Contraindicações e cuidados
- Contraindicada para gestantes, pois pode ter efeito abortivo em altas doses.
- Deve ser evitada durante a lactação, pois altera o sabor do leite.
- Não é recomendada para crianças pequenas sem orientação médica.
- Em excesso, pode causar queda de pressão e diarreia leve.
🌿 Saber ancestral
Nas comunidades tradicionais, a espinheira-santa é chamada de “erva da alma ferida”, por seu poder de curar feridas internas — físicas e emocionais. O chá é tomado em silêncio, com intenção, sempre com respeito à planta e à própria dor.
Cura de dentro pra fora. 🌿
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🔬 Referências científicas
- ANVISA. Espinheira-santa no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira.
- Rodrigues, J. A. et al. (2003). Antiulcer activity of Maytenus ilicifolia leaf extract in rats. Phytomedicine.
- Carvalho, J. E. et al. (1999). Maytenus ilicifolia: a review of the medicinal plant and its effects on gastric disorders. Brazilian Journal of Medical and Biological Research.
- Souza, M. C. et al. (2005). Gastroprotective effects of Maytenus ilicifolia in animal models. Phytotherapy Research.
- USP (Universidade de São Paulo). Fitoterápicos de uso no SUS.
- Leite, J. P. V. et al. (2007). Antimicrobial activity of Maytenus ilicifolia extracts against Helicobacter pylori. Revista Brasileira de Farmacognosia.