A araruta é um daqueles ingredientes antigos que voltaram com tudo, especialmente entre quem busca uma alimentação mais natural e sem glúten. Rica em história, versátil na cozinha e cheia de benefícios, ela conquista pelo sabor suave e leveza incomparável. Mas afinal, o que é araruta? Como usar essa farinha tão delicada no dia a dia?
Neste artigo, você vai descobrir:
- O que é a araruta e de onde ela vem
- Para que serve e se tem glúten
- As diferenças entre araruta, polvilho e maisena
- Receitas de biscoito e mingau de araruta
- Se diabéticos podem consumir
- E muitas curiosidades!
O que é a araruta?
A araruta é uma planta tropical da espécie Maranta arundinacea, pertencente ao gênero Maranta, nativa da América do Sul e Caribe. Seu nome vem do tupi “ara rutu”, que significa “raiz da refeição” ou “alimento da raiz”.
Seu principal produto é o polvilho extraído do rizoma, conhecido como fécula de araruta ou farinha de araruta, muito usada na culinária por sua textura leve, fácil digestão e ausência de glúten.
Araruta tem glúten?
Não! A farinha de araruta é naturalmente livre de glúten, sendo uma excelente opção para celíacos ou pessoas com sensibilidade ao glúten. Ela substitui com leveza farinhas tradicionais em receitas de pães, biscoitos e mingaus.
Para que serve a araruta?
A araruta é usada para:
- Engrossar caldos, sopas, molhos e cremes
- Preparar bolos e biscoitos leves
- Fazer mingaus infantis
- Ajudar na digestão (especialmente para pessoas com estômago sensível)
- Usos cosméticos e medicinais populares (antigamente era usada para tratar feridas e como talco natural)
Farinha de araruta para bebê: é segura?
Sim! A farinha de araruta é tão leve e pura que costuma ser indicada como uma das primeiras papinhas para bebês. Ela não causa gases, tem sabor neutro e é fácil de digerir. O mingau de araruta é um clássico da alimentação infantil tradicional brasileira.
Qual é a diferença entre araruta, polvilho e maisena?
Produto | Origem | Glúten | Textura | Indicação principal |
---|---|---|---|---|
Araruta | Rizoma da Maranta arundinacea | Não | Muito leve | Mingaus, biscoitos, molhos delicados |
Polvilho | Mandioca | Não | Mais elástico | Pão de queijo, biscoitos crocantes |
Maisena | Milho | Não | Média | Sobremesas, bolos, cremes |
Enquanto a araruta é uma raiz tropical usada há séculos, a maisena (amido de milho) é mais moderna e industrializada. Já o polvilho, embora também seja raiz, tem textura mais elástica.
Posso substituir o polvilho por araruta?
Depende da receita. A araruta substitui o polvilho em biscoitos ou mingaus que pedem leveza, mas não tem o mesmo efeito de “puxa-puxa” que o polvilho dá no pão de queijo, por exemplo.
Como consumir araruta?
Você pode usar a farinha de araruta em:
- Mingaus (com leite vegetal ou animal)
- Biscoitinhos leves e sequinhos
- Como espessante em molhos, cremes e caldos
- Em receitas sem glúten
- Em papinhas de bebê
Receita de biscoito de araruta (tradicional)
Ingredientes:
- 500 g de farinha de araruta
- 200 g de manteiga
- 1 xícara de açúcar
- 2 ovos
- Essência de baunilha (opcional)
Modo de preparo:
- Misture os ingredientes até formar uma massa homogênea.
- Modele bolinhas e achate com um garfo.
- Asse em forno pré-aquecido a 180°C por cerca de 15 minutos.
- Deixe esfriar e armazene em pote bem fechado.
Receita de mingau de araruta (para adultos e bebês)
Ingredientes:
- 2 colheres (sopa) de farinha de araruta
- 1 xícara de leite (ou leite vegetal)
- 1 colher (chá) de açúcar ou mel (para maiores de 1 ano)
- Canela a gosto (opcional)
Modo de preparo:
- Dissolva a farinha no leite frio.
- Leve ao fogo baixo, mexendo sempre até engrossar.
- Adicione o açúcar e canela e sirva morninho.
Diabéticos podem consumir araruta?
A araruta tem índice glicêmico moderado, ou seja, libera açúcar no sangue de forma um pouco mais rápida que a aveia ou quinoa. Por isso, diabéticos podem consumir com moderação, sempre com acompanhamento nutricional. Ideal é evitar exageros ou receitas muito açucaradas.
Curiosidades sobre a araruta
- Foi muito usada no Brasil Colônia como espessante e alimento infantil.
- Já foi considerada “planta quase extinta” no Brasil devido ao desuso, mas voltou à moda com a valorização da alimentação natural.
- Era usada em comunidades indígenas como cicatrizante e talco.
- É uma das farinhas mais antigas do mundo!
Referências utilizadas
- Instituto de Botânica de São Paulo – Ficha técnica da Maranta arundinacea
- Plantas do Brasil – Reflora / Jardim Botânico do Rio de Janeiro – Dados taxonômicos e distribuição geográfica
- EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Publicações técnicas sobre cultivo de araruta e outros tubérculos
- Portal eCycle – Uso da araruta na alimentação natural e curiosidades sobre sua origem e benefícios
- Tua Saúde – Benefícios nutricionais, uso por diabéticos, e diferenças com outras farinhas
- UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) – Estudos sobre cultivo orgânico e uso alimentar da araruta
- VivaBem UOL – Entrevistas com nutricionistas sobre uso da araruta e receitas práticas
- Receitas de Vó – Culinária Tradicional Brasileira – Receita original de biscoito de araruta
- PubMed / NCBI – Artigos científicos sobre o amido de araruta, digestibilidade e índice glicêmico